O QUE A BÍBLIA FALA DO DIZIMO NO AT e NT


Segundo a Torah, o Antigo Testamento da Bíblia, havia três tipos principais de dízimos que o povo de Israel era instruído a dar: o Dízimo Levítico, o Dízimo do Festival e o Dízimo do Pobre. Mas não se pode esquecer que por anos, o. povo de Deus viveu sob opressão e cativeiro. Os costumes religiosos se adaptavam as novas realidades, principalmente no período interbíblico. Sob a opressão de dominadores outras religiões eram inseridas dentro do contexto local que gerava diversidade de práticas no meio do povo de Israel. Além da situação de pobreza que os vassalos vivenciavam

Os dízimos na Lei de Moisés eram

Dízimo Levítico: Era um décimo (10%) da produção agrícola e pecuária que os israelitas deviam dar aos levitas, que eram a tribo designada para servir no templo e cuidar dos assuntos religiosos. O Dízimo Levítico era uma forma de sustento para os levitas, que não recebiam terras para cultivo e, portanto, dependiam dessas contribuições para sua subsistência

"Assim, falarás aos levitas e lhes dirás: Quando receberdes os dízimos dos filhos de Israel, que eu deles vos tenho dado por vossa herança, deles apresentareis uma oferta ao Senhor, um dízimo dos dízimos" (Números 18:26).

Dízimo do Festival: Além do Dízimo Levítico, havia um segundo dízimo que o povo de Israel deveria reservar para si mesmo durante a celebração dos festivais religiosos, como o Festival da Páscoa e o Festival dos Tabernáculos. Esse dízimo era utilizado para a festividade e o banquete, e o povo era incentivado a consumi-lo na presença de Deus.

"Guardarás o dízimo de todo o fruto da tua semente, que cada ano se recolher do campo. E, perante o Senhor, teu Deus, no lugar que escolher para ali fazer habitar o seu nome, comerás os dízimos do teu grão, do teu mosto, do teu azeite e os primogênitos das tuas vacas e das tuas ovelhas, para que aprendas a temer ao Senhor, teu Deus, todos os dias" (Deuteronômio 14:22-23).

Dízimo do Pobre: A cada terceiro ano, um dízimo especial era separado para ajudar os pobres, órfãos, viúvas e estrangeiros que viviam nas cidades de Israel. Esse dízimo, conhecido como Dízimo do Pobre ou Dízimo do Órfão, garantia que aqueles que estavam em necessidade fossem atendidos.

"Depois, sucederá que, ao fim de três anos, tirarás todos os dízimos da tua colheita no mesmo ano e os recolherás dentro das tuas portas. Então, virá o levita (pois nem parte nem herança tem contigo), o estrangeiro, o órfão e a viúva que estão dentro das tuas portas e comerão, e se fartarão, para que o Senhor, teu Deus, te abençoe em toda a obra das tuas mãos, que fizeres" (Deuteronômio 14:28-29).

Em resumo, havia dois dízimos obrigatórios: o Dízimo Levítico, dado aos levitas, e o Dízimo do Festival, que o povo de Israel utilizava para celebrar os festivais religiosos. Além disso, a cada terceiro ano, era necessário separar um dízimo adicional para ajudar os necessitados, conhecido como Dízimo do Pobre ou Dízimo do Órfão.


No Novo Testamento, o tema do dízimo é abordado de maneira limitada. Ao contrário do Antigo Testamento, onde o dízimo era uma prática instituída pela lei para sustentar o sacerdócio levítico e a adoração no templo, o Novo Testamento traz uma perspectiva diferente sobre contribuições e finanças na igreja primitiva. O ensino de Jesus, faz uma critica aos religiosos da época por falta de saber aplicar os dízimos segundo a lei Mosaica. Ele não elimina a pratica dos dizimos mas o seu mal uso

Um fato importante esquecido é o centro da vida da igreja, a cruz e a ressurreição. Após este evento central, a descida do Espírito Santo, segundo relatada em Atos 2 e na geração do novo povo de Deus chamado Igreja de Cristo. Temos uma nova perspectiva, que chama a responsabilidade de cada participante desta "nova sociedade", "nova comunidade", agora marcada pela generosidade, amor, solidariedade, acolhimento, partilha

Abaixo estão alguns pontos relevantes sobre esse assunto:

Generosidade e contribuição voluntária: No Novo Testamento, a ênfase é colocada na generosidade e na contribuição voluntária como princípios-chave para a vida financeira na igreja. Em vez de especificar um percentual fixo como o dízimo, os cristãos são encorajados a doar conforme sua capacidade e de maneira alegre (2 Coríntios 9:7). A generosidade e o amor ao próximo são ressaltados como motivadores para compartilhar recursos com aqueles que têm necessidades (Atos 2:44-45, 4:32-37).

Ofertas e contribuições para a igreja: No Novo Testamento, encontramos referências a ofertas e contribuições voluntárias feitas pelos cristãos para apoiar as necessidades da igreja e dos necessitados. Por exemplo, na igreja de Corinto, Paulo instruiu os crentes a fazerem contribuições regulares para ajudar os santos em Jerusalém (1 Coríntios 16:1-2, 2 Coríntios 8-9). Essas ofertas eram usadas para suprir necessidades práticas e também para promover a propagação do evangelho.

Cuidado com os necessitados: A igreja primitiva tinha uma forte ênfase no cuidado mútuo e na assistência aos necessitados. Em Atos dos Apóstolos, vemos que os crentes vendiam suas propriedades e bens e compartilhavam o produto entre si, para que ninguém tivesse falta (Atos 2:44-45, 4:32-35). Essa comunhão e generosidade eram uma expressão prática do amor cristão e refletiam a vida econômica da igreja primitiva.

Apoio aos líderes e ministros: Embora o Novo Testamento não aborde especificamente a prática do dízimo para sustentar líderes da igreja, há indicações de que os ministros e obreiros eram apoiados financeiramente pelos membros da comunidade cristã. Paulo, por exemplo, defende o direito dos líderes de serem sustentados pelo seu trabalho ministerial (1 Coríntios 9:14, 1 Timóteo 5:17-18). Os crentes eram encorajados a reconhecer e valorizar aqueles que dedicavam suas vidas ao serviço e ensino da Palavra de Deus.

É importante ressaltar que a vida econômica e as contribuições na igreja primitiva podem ter variado de comunidade para comunidade, dependendo das circunstâncias locais e das necessidades específicas. O princípio geral era o de generosidade, amor ao próximo, partilha e cuidado mútuo.

Para a sociedade daquele tempo olhar para os cristãos eram identificados por estas atitudes de solidariedade. Viver em comunidade, era a diminuir meu interesse, pelo interesse da comunidade. A priori os interesses da comunidade se sobrepunham ao interesse particular. A pratica dos membros da igreja no seu inicio era saber quais eram as necessidades da comunidade pois o principio central era a solidariedade cristã e não o individualismo


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